Podem ter filiais as empresas do Simples Nacional? Se atente as regras!

Muitos empreendedores que atuam no Simples Nacional têm dúvidas sobre expansão dos negócios e abertura de filiais. Afinal, será que uma empresa optante por esse regime pode abrir uma nova unidade e manter os benefícios tributários?

Neste artigo, vamos esclarecer se empresas do Simples Nacional podem ter filiais, quais são as exigências legais, os limites de faturamento e os cuidados que devem ser tomados para não comprometer o enquadramento no regime.


O que é considerado uma filial?

Filial é toda unidade secundária de uma empresa que realiza as mesmas ou outras atividades econômicas do estabelecimento matriz, com CNPJ próprio, mas ligada à mesma base jurídica e societária.

Ela pode funcionar em outro endereço, cidade ou até estado, e também pode ter inscrição estadual ou municipal específica, dependendo da atividade desenvolvida.


Empresas do Simples Nacional podem ter filiais?

Sim, podem. A legislação permite que microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) tenham uma ou mais filiais, desde que respeitem as regras do regime e não ultrapassem os limites de faturamento previstos.

Ou seja, a abertura de filiais não impede a permanência no Simples Nacional, mas exige controle rigoroso da receita bruta global.


Quais são os limites para empresas com filiais?

  • O limite de faturamento permanece o mesmo para a empresa como um todo, ou seja:
    • ME: até R$ 360.000,00 ao ano;
    • EPP: até R$ 4.800.000,00 ao ano.

Importante: o faturamento de todas as unidades (matriz + filiais) é somado para fins de verificação do teto do Simples Nacional.

Se ultrapassar o limite, a empresa poderá ser desenquadrada do regime e passar a tributar pelo Lucro Presumido ou Real.


Como abrir uma filial sendo do Simples Nacional?

O processo de abertura de filial segue etapas semelhantes à abertura da matriz:

  1. Registro na Junta Comercial do estado onde a filial será instalada;
  2. Atualização do contrato social com a criação da nova unidade;
  3. Obtenção de novo CNPJ (mesmo raiz, mas com inscrição diferente);
  4. Inscrição estadual ou municipal, conforme a atividade;
  5. Comunicação à Receita Federal e órgãos fiscais estaduais/municipais.

Todas as obrigações da filial (NF-e, alvarás, licenças, etc.) devem ser cumpridas de forma independente da matriz. E é justamente nesse momento de expansão que o apoio de um advogado tributarista se torna essencial. Esse profissional analisa os riscos fiscais da operação, orienta sobre as implicações legais do faturamento consolidado, revisa os contratos sociais e atua de forma preventiva para evitar futuros conflitos com o Fisco ou incompatibilidades com legislações estaduais e municipais. Com esse suporte jurídico, a empresa ganha segurança para crescer dentro da legalidade.


Quais cuidados tomar ao abrir uma filial?

Para não comprometer o enquadramento no Simples, fique atento:

  • Controle centralizado do faturamento: monitore os valores somados mensalmente;
  • Uniformidade nos CNAEs: certifique-se de que as atividades das filiais são compatíveis com as da matriz;
  • Boas práticas fiscais: mantenha a regularidade de cada unidade;
  • Assessoria contínua: é essencial ter um especialista experiente acompanhando o crescimento do negócio.

Ter filial pode aumentar os impostos?

Depende. O Simples Nacional continua sendo um regime unificado, mas ao ultrapassar os R$ 3.6 milhões de faturamento anual, a empresa passa a recolher ICMS e ISS fora do DAS (guia única).

Nesse caso, o aumento da carga tributária pode acontecer indiretamente, pois os tributos estaduais e municipais exigem cálculo e pagamento separados, mesmo permanecendo no Simples.


Posso abrir filiais em outros estados?

Sim, desde que todas as unidades sejam devidamente registradas e observem:

  • As regras de inscrição estadual do novo estado;
  • A emissão de notas fiscais conforme o domicílio da filial;
  • As regras de ICMS interestadual, se aplicável;
  • O cumprimento das obrigações fiscais locais (ex.: alvarás e taxas municipais).

Conclusão

Empresas do Simples Nacional podem, sim, ter filiais — e isso pode ser um ótimo passo para a expansão do negócio. No entanto, é fundamental manter o controle total sobre o faturamento global e cumprir todas as obrigações fiscais e cadastrais de cada unidade.

Pensando em abrir uma filial e quer entender melhor os impactos tributários e obrigações legais envolvidas? Buscar orientação especializada pode fazer toda a diferença para o crescimento seguro e sustentável da sua empresa. Um planejamento adequado evita riscos, mantém a regularidade fiscal e ajuda você a tomar decisões mais estratégicas.

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